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segunda-feira, 25 de julho de 2011

"Ele Segue Com A Correnteza...": [Parte 1] Houston Chronicle/1988

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Por Stephanie Mansfield


River Phoenix põe a mão em seu bolso e tira um pedaço de papel amarelo amassado. "Vamos ver aqui. "The Chase, Mickey One, Out of the Past, Apartament A, Double Indem ... Indem-dade?"

Seu eletrizante cabelo loiro estilo pônei Shetland cai em cascatas sobre as formas perfeitamente esculpidas do seu rosto pensativo. Ele pega uma caneta e cuidadosamente arranha algumas palavras. Ao lado de 400 Blows, escreve ele, Stolen Kisses. "Certo. Fran-so Tufo", diz ele, olhando para cima.

No papel estão os nomes de uma dúzia de filmes, clássicos, principalmente, que os adultos disseram para ele assistir. O jovem River, um adolescente de 17 anos de idade pulsando com uma longa seqüência de créditos (Stand by Me, A Costa do Mosquito, Uma Noite na Vida de Jimmy Reardon, o recém-lançado Espiões Sem Rosto e o prestes a ser lançado O Peso de Um Passado), é a estrela jovem mais quente dos filmes no circuito Stridex desde que Rob Lowe estourou, o que foi há pelo menos três semanas atrás, e padrinhos úteis estão ajudando o ator talentoso com a sua educação cinematográfica.

Ele viu algum dos filmes da lista?

"Não", diz ele, sentado na sala de conferência cinza do escritório do publicitário de Nova York. "Eu não vi nem mesmo O Poderoso Chefão." O filme Shane é mencionado, e sua jovem estrela, Brandon de Wilde, um loiro, a encarnação anterior do loiro sensível, o sensível River Phoenix. "Brandon o quê? Quantos anos ele tinha?"

Ele suspira, sorri um sorriso manhoso, tímido, o tempo todo balançando um esfarrapado [tênis] Converse apoiado em seu joelho. Esguio e lânguido, com uma disposição doce e uma desarmante franqueza, River Phoenix é o filho que você teria se você tivesse engravidado em Woodstock. Um puro bebê hippie, nascido de miçangas de amor e macramê, ginseng e encanto e uma disposição genética para salvar o mundo. Um Holden Caulfield [personagem de O Apanhador no Campo de Centeio] para a multidão de barras de alfarrobas. Um ator cujo rosto pálido-tofu apareceu no mês passado em inúmeras revistas, tais como Splice e Vegetarian Times.

Simples, imaculado, ele está apenas começando a ficar contaminado.

"Eu realmente não cresci educado na cultura americana", diz ele, explicando que ele passou seus primeiros anos na Venezuela com seus pais, John e Arlyn, que desistiram das drogas psicodélicas para participar de um recém criado grupo cristão, os Meninos de Deus. O casal assumiu o nome de Phoenix e deu aos seus cinco filhos nomes retirados do Catálogo da Whole Earth: River, Rainbow, Leaf, Liberty e Summer. Eles são vegetarianos radicais, desprezando todas as carnes e os produtos lácteos.

"Eu projeto uma inocência definitiva", diz ele. "Muito disso é apenas a maneira que eu cresci. Sendo muito humilde."

Alguma vez ele quis mudar seu nome para algo menos orgânico, como Bob?

"Na verdade, não. Eu acho que a única vez é quando você quer ser anônimo ... Houve um ponto em que quando eu tinha 15 anos, quando eu finalmente admiti para mim que eu não gostava do nome. Não que eu não gostava, mas eu estava cansado disso. Mas em algum momento, eu comecei a vê-lo completamente diferente."

Mais provavelmente quando começou a aparecer em contratos de grandes somas de dinheiro, e em luzes sobre marquises de filmes. Os Phoenixes mais velhos não trabalham. Em vez disso, eles têm cuidadosamente cultivado as carreiras de seus filhos no show business, canalizando a sua paixão por coisas sagradas para as coisas de Hollywood. River é o mais conhecido, mas Summer e Leaf apareceram em Russkies, e Rainbown fez sua estréia no verão em Maid to Order.

"Isso não aconteceu por acaso para nós", sua mãe disse a um repórter recentemente. "Nós planejamos isso."

River diz: "Mesmo que meus pais trabalhassem, eles não poderiam fazer tanto dinheiro quanto eu poderia. Não é tipo, 'isso é difícil para mim'." Ele, segundo dizem, recebe mais de 400.000 dólares por um papel.

Pouco tempo depois de John e Arlyn deixarem o grupo religioso e voltarem para a América em 1977, Arlyn levou o filho para testes. River fez alguns comerciais antes de desembarcar em um papel na série de televisão Sete Noivas para Sete Irmãos. Ele tinha 10 anos, e mais tarde apareceu na minissérie Robert Kennedy and His Times. Ele fez sua estréia no cinema aos 15 anos em Viagem ao Mundo dos Sonhos e logo foi escalado como Chris Chambers, o osso duro de roer com creme no centro, no sucesso de Rob Reiner, Stand by Me. O menino com o nome estranho (ele é "Rio" para suas hordas de fãs japoneses) roubou o filme com um desempenho extraordinário.

"Há algo dentro de River pelo que seus pais são em grande parte responsáveis", disse o diretor Reiner a um repórter na época. "Ele tem um tremendo entusiasmo, e ele, obviamente, tem sido muito amado."

Quanto ao nome, "eu gosto agora", diz River. "É realmente estranho."

Falando sobre o seu passado muito estranho, ele diz: "Eu li artigos onde os meus pais são descritos como hippies ou filhos da flor. Isso não é realmente válido porque meus pais não eram militantes ou faziam algo de especial no campus. Eles não queriam se envolver. Eles eram mais como desistentes. Mudando-se para o Oregon, onde tivemos uma cabana de madeira, colhendo maçãs. É onde eu nasci."

Seu pai, River diz agora, queria abandonar todos os laços com sua antiga vida. "É o seu passado. Ele teve uma verdadeira infância difícil. Quando ele tinha 7 anos, sua mãe sofreu um grande acidente de carro que a deixou paralisada. Seu pai pegou o dinheiro do seguro e fugiu com uma loira para a Austrália quando ele tinha uns 12 anos. Então, ele foi simplesmente tipo esquecido no meio de Fontana, Califórnia."

River afasta seu longo cabelo de seda-milho do seu rosto. "Ele ficou realmente zangado. Ele quebrou janelas e se meteu em um monte de problemas e acabou num reformatório juvenil. Ele passou por muita coisa. Quando ele conheceu Mamãe, eu acho que isso realmente o salvou. Eles decidiram sair e encontrar a si mesmos." Uma pausa, então uma pequena risada. "Eles ainda estão procurando."

Continua...


Fonte: The Houston Chronicle, em março de 1988

2 comentários:

  1. Poxa, lendo como foi triste a infância e a adolescência de John, fico pensando em como a vida foi injusta com ele, lhe infligindo ainda esta dor maior de todas que é a morte de um filho. Nunca mais encontrei nenhuma palavra sobre ele, Heart está casada com outro, cheia de projetos... como estará John Phoenix? Por onde ele andará hoje este homem atormentado?

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  2. Ele é tão meninão.
    Fiquei imaginando esse sorriso manhoso e tímido que ele citou ...é de derreter...rs

    Verdade, o John sofreu muito, acredito que o tempo não cura essas dores, mas espero que ele tenha encontrado algum motivo para ao menos sorrir.

    Obrigada =)

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