Parte 1:
Por Lars Beckerman, em 31 de outubro de 2010
Já faz 20 anos desde que eu recebi um dos telefonemas mais emocionantes da minha carreira de ator. Eu estava em Los Angeles só há três anos, mas já tinha tido bastante sucesso para chamar a mim mesmo de "ator trabalhador" - ok, um "ator semi-trabalhador". Principalmente grandes papéis de jogador de futebol burros em sitcoms, junto com alguns comerciais de televisão nacionais. A vida era boa - eu estava trabalhando - mas os papéis não eram tão desafiadores.
Então, quando meu agente me ligou e me disse que a lendária diretora de elenco Marion Dougherty tinha telefonado e feito uma oferta para eu fazer um fuzileiro naval idiota em um novo filme interessante da Warner Brothers a ser dirigido por Nancy Savoca, eu fiquei nas nuvens por horas.
Eu costumo relembrar desta atuação, desse papel no que, afinal, se tornou não muito mais do que "um pequeno filme" chamado Dogfight. Um filme que o estúdio acabaria por engavetar e dar o mínimo de publicidade/distribuição, mas provou ter pernas, ganhando força ao longo dos anos, talvez até superando o que é conhecido na linguagem de filmes como um "clássico cult." Eu posso dizer honestamente que eu 'nunca conheci ninguém que realmente viu Dogfight e não gostou' - e gostam muito.
Filmamos em Seattle e foi o meu primeiro vislumbre da Cidade das Esmeraldas. Que grande cidade, tantas memórias comoventes. Mas Seattle será sempre para mim uma gloriosa rajada de visuais emocionalmente ricos e histórias do meu primeiro papel como um verdadeiro ator em uma filmagem da Warner Brothers que seria protagonizada por Lili Taylor e River Phoenix.
Nancy Savoca tinha se destacado no ano anterior com uma super comédia romântica doce chamada True Love (1989), que eu imediatamente tinha alugado e adorado. Ela e seu marido, o produtor Richard Guay, estariam esperando por mim em Seattle.
Lili Taylor pulou das telas em Mystic Pizza (1988) e Say Anything (1989). Ela era uma estrela nascente e universalmente elogiada como extraordinariamente talentosa e um sonho para se trabalhar. Eu iria conhecê-la em breve em Seattle.
Richard Pannebianco, Mitchell Whitfield, e Anthony Clark haviam sido escalados como três do que o roteiro se referia como "Os Quatro Abelhas", e eles estavam esperando por mim em Seattle, também, tendo chegado mais cedo para alguns dias de preparação num acapamento de fuzileiros navais a ser liderado pelo especialista militar/consultor que virou ator Dale Dye (Nascido em 4 de julho, Saving Private Ryan).
Todos nós voamos para Seattle de Los Angeles, entusiasmados para trabalhar neste novo filme promissor. Estávamos todos em Seattle por uma razão. River Phoenix tinha aceitado estar no filme.
Filmamos em Seattle e foi o meu primeiro vislumbre da Cidade das Esmeraldas. Que grande cidade, tantas memórias comoventes. Mas Seattle será sempre para mim uma gloriosa rajada de visuais emocionalmente ricos e histórias do meu primeiro papel como um verdadeiro ator em uma filmagem da Warner Brothers que seria protagonizada por Lili Taylor e River Phoenix.
Nancy Savoca tinha se destacado no ano anterior com uma super comédia romântica doce chamada True Love (1989), que eu imediatamente tinha alugado e adorado. Ela e seu marido, o produtor Richard Guay, estariam esperando por mim em Seattle.
Lili Taylor pulou das telas em Mystic Pizza (1988) e Say Anything (1989). Ela era uma estrela nascente e universalmente elogiada como extraordinariamente talentosa e um sonho para se trabalhar. Eu iria conhecê-la em breve em Seattle.
Richard Pannebianco, Mitchell Whitfield, e Anthony Clark haviam sido escalados como três do que o roteiro se referia como "Os Quatro Abelhas", e eles estavam esperando por mim em Seattle, também, tendo chegado mais cedo para alguns dias de preparação num acapamento de fuzileiros navais a ser liderado pelo especialista militar/consultor que virou ator Dale Dye (Nascido em 4 de julho, Saving Private Ryan).
Todos nós voamos para Seattle de Los Angeles, entusiasmados para trabalhar neste novo filme promissor. Estávamos todos em Seattle por uma razão. River Phoenix tinha aceitado estar no filme.
Aos 20 anos de idade, River Phoenix não estava apenas acima do título do filme, ele estava na lista extremamente curta de atores que poderiam conseguir que um filme fosse realizado por assinar na linha pontilhada.
River surgiu em cena no maravilhoso filme de Rob Reiner Stand By Me (1986) e, em seguida, trabalhou para permanecer em filmes como A Costa do Mosquito (86), Little Nikita (88), e uma performance indicada ao Oscar em O Peso de Um Passado (88), o meu favorito. O que nenhum de nós sabia durante esta ascensão meteórica e brilhante era o quão brevemente este jovem ator talentoso e vulnerável permaneceria.
Dogfight é uma história de amor relativamente convencional, garoto encontra garota, sobre amadurecer, muito triste e ambígua na sua conclusão. A história começa com uma aparente tradição dos fuzileiros navais (de acordo com o roteirista Bob Comfort) de descer para a cidade de licença e começar a competir uns com os outros em uma busca para ver qual deles pode chegar às ruas e convencer a menina "mais feia" a acompanhá-lo para uma noite de bebidas e dança, para finalmente fazer desfilar as pobres meninas na frente dos jurados no que eles chamavam de "duelo". Imaturo na melhor das hipóteses, misógino para dizer o mínimo. Quero dizer, contudo, que o tema deste filme inteligente e sensível é simplesmente "a beleza está nos olhos de quem vê", é recortar as lições que a 'Rose' de Taylor e o 'Birdlace' de Phoenix aprendem em sua noite na cidade.
Dogfight é uma história de amor relativamente convencional, garoto encontra garota, sobre amadurecer, muito triste e ambígua na sua conclusão. A história começa com uma aparente tradição dos fuzileiros navais (de acordo com o roteirista Bob Comfort) de descer para a cidade de licença e começar a competir uns com os outros em uma busca para ver qual deles pode chegar às ruas e convencer a menina "mais feia" a acompanhá-lo para uma noite de bebidas e dança, para finalmente fazer desfilar as pobres meninas na frente dos jurados no que eles chamavam de "duelo". Imaturo na melhor das hipóteses, misógino para dizer o mínimo. Quero dizer, contudo, que o tema deste filme inteligente e sensível é simplesmente "a beleza está nos olhos de quem vê", é recortar as lições que a 'Rose' de Taylor e o 'Birdlace' de Phoenix aprendem em sua noite na cidade.
Rose é uma cantora de folk inocente, anti-guerra, que aprende da maneira mais difícil que os meninos podem não só ter más intenções, mas podem ser realmente brutais na sua objetivação do sexo frágil. Mas ela é rápida em se defender e não só defende a si mesma, mas defende todas as jovens garotas que foram submetidas ao concurso. "Você é cruel, sem coração, um deformado ignorante. Se eu fosse um homem, eu te bateria até você virar polpa. Quem lhe deu o direito de tratar as pessoas assim?" Muitos críticos acharam que Lili Taylor merecia uma indicação ao Oscar por seu trabalho em Dogfight. Eu concordei com eles.
Aqui é quando eu tenho que admitir que estava errado muitos anos atrás. Embora muito entusiasmado para trabalhar com River, eu pensava que ele tinha sido mal escalado como 'Eddie Birdlace', o fuzileiro naval desbocado, fumante inveterado, rude. Eu estava totalmente errado.
River foi um prazer absoluto para se trabalhar e se estar junto. Ele comprou um [carro] Volvo wagon usado (sua ajuda de custo semanal correspondia ao meu salário semanal!) e ele dirigia levando todos os seus colegas "Abelhas" e a mim para passear pela cidade quando tínhamos dias de folga. Ele pegava todas as 'comandas' do jantar e tornou a vida no Warwick Hotel divertida e imprevisível. Uma noite, ele e seu irmão mais novo, então conhecido por todos nós como Leaf (agora Joaquin), apareceram com lanchas a motor de brinquedo que nós apanhamos e levamos para a piscina do hotel e testamos. Se minha memória não falha, Rob Lowe estava perto (na jacuzzi), namorando - e, finalmente, casando - com a nossa maquiadora na época - mas eu estou divagando.
River era ponderado e doce, sem um pingo da neurose territorial do ator, uma qualidade rara. Ele também era puro como a neve, uma qualidade que é arrastada pelo ralo como uma formiga em uma chuva dura em Hollywood.
.
Continua...
River foi um prazer absoluto para se trabalhar e se estar junto. Ele comprou um [carro] Volvo wagon usado (sua ajuda de custo semanal correspondia ao meu salário semanal!) e ele dirigia levando todos os seus colegas "Abelhas" e a mim para passear pela cidade quando tínhamos dias de folga. Ele pegava todas as 'comandas' do jantar e tornou a vida no Warwick Hotel divertida e imprevisível. Uma noite, ele e seu irmão mais novo, então conhecido por todos nós como Leaf (agora Joaquin), apareceram com lanchas a motor de brinquedo que nós apanhamos e levamos para a piscina do hotel e testamos. Se minha memória não falha, Rob Lowe estava perto (na jacuzzi), namorando - e, finalmente, casando - com a nossa maquiadora na época - mas eu estou divagando.
River era ponderado e doce, sem um pingo da neurose territorial do ator, uma qualidade rara. Ele também era puro como a neve, uma qualidade que é arrastada pelo ralo como uma formiga em uma chuva dura em Hollywood.
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Continua...
Fonte: www.larsbeckerman.wordpress.com
Puro como a neve...Femme essa foi uma das descrições mais claras sobre River!!!!!
ResponderExcluirme causa cala frios, quando vejo declarações como essa! meu Deus, que sorte têve essas pessoas por ter conhecido o maior ator de cinema naquela epoca e na minha opinião, de todos os tempos; que qualidades espirituais tão raras nos seres humanos nos dias de hj, só vi isso em um ator, que tb já estar morto,patrick swayze e na cantora karen carpenter...
ResponderExcluircacete!! river era rico mesmo comprou um volvo wagon kkkkkk, é carissima na epoca mante um carro desse, é mentira do ator, como river era simples cara, sem ostentação!
o cachê do river era quanto alguem sabe? os filmes na maioria foram independentes, o dinheiro dos produtores eram pouco, ele levava uma vida simples para um ator da sua magnitude
ResponderExcluirIsso dependia do filme. Para My Own Private Idaho, ele trabalhou praticamente de graça. Mas quando o filme era de uma grande produtora, ele poderia ganhar milhões. Ele mesmo contou numa entrevista sobre um convite que recebeu em que, para cada "não" dele, o produtor aumentava a oferta em um milhão!
ExcluirMas ele sempre escolhia investir em causas humanitárias, na compra de áreas da floresta tropical para preservação, doações para a PETA e outras instituições similares, e ainda sustentava um grande número de agregados. Até mesmo o carro que ele comprou, nesta época, era usado! ..rs..
Que linda a descrição que ele faz do River!
ResponderExcluirValeu Femme, mais uma matéria maravilhosa.
Beijos.
Muito linda a forma como todos se lembram dele, e guardam boas lembranças, né?
ExcluirVou trazer a segunda parte! ;)
Beijos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirMe parece que River conseguia fazer amigos muito rápido com a sua simpatia,e também parece que as pessoas gostavam de estar com ele realmente pelas descrições ele foi uma pessoa muito preciosa e feliz. River fofo :3
ResponderExcluirEle era muito carismático, carinhoso e cuidadoso com os que estavam em volta, e isso é muito reconfortante. Quem não gostaria de ser tratado assim, com tanta delicadeza e consideração, por alguém que tinha tudo para ser arrogante? River superava todas as expectativas, eu acho. E era ainda mais lindo por isso...
ExcluirEsse corte de cabelo ficou muito bom em River destacou o seu rosto e parece que ele estava mais gordinho do que nos outros filmes ele estava bonito mesmo,mais eu gosto mais de quando ele estava com os cabelos longos em te amarei ate matar.
ResponderExcluirEle fica lindo de qualquer jeito...rs... mas também acho mais bonito com os cabelos longos. ;)
ExcluirIsso mesmo, meninas...ele é lindo de qualquer jeito, mas de cabelos longos era tudoo! Nunca vi nada igual.
ExcluirObaaaa, mais lembranças de bastidores sobre nosso querido Riv! Eu amo Dogfight, está entre os meus filmes preferidos dele. É tão puro, simples.
ResponderExcluirMal posso esperar para o resto da matéria.
Alice, acho ótimo que ainda tenham tantos que nos dêem essa alegria de conhecer melhor o River, saber dos bastidores, suas relações por trás das câmeras. E eu também adoro este filme!
ExcluirA segunda parte já está saindo!
Beijos.
Amo esse filme!
ResponderExcluirFemme esse mês está fazendo 3 anos do blog,muuuuuuuuuuito obrigada!!!!!!!Esse blog foi (pra mim)um grande presente!!!
ResponderExcluirÔ, Lady Mike Walters, fico muito feliz por estarmos aqui, ainda, e cada vez em maior número! Isso só representa que a imortalidade de River se inscreve a cada dia, e nosso amor por ele não diminuiu.
ExcluirObrigada pela lembrança gentil! Espero que tenhamos mais e mais anos a comemorar. <3
Beijos.
Espero pela continuação!! :)
ResponderExcluirRio era realmente incrível!
Oi, Ana Liz
ExcluirRiver era sem comparação mesmo. Um menino inesquecível.
Eu acabei a postar a última parte! ;)
Beijos. E seja bem vinda!
"ele também era duro como a neve, uma qualidade que é arrastada pelo ralo como uma formiga numa chuva dura em Hollywood." acho q essa frase resume ao meu ver o q aconteceu com River e algo q vemos muito é a admiração q as pessoas tinham ao trabalhar com ele. talvez não foi assim somente com Judy DAvis
ResponderExcluirO problema de Judy Davis, na verdade, era com o diretor George Sluizer, mas como River tentou intermediar a paz entre eles, a má vontade dela sobrou para ele. Acho que atingir River era mais fácil, dada a doçura e vulnerabilidade dele, então Judy o fazia de alvo para atingir o diretor, já que o pesadelo de qualquer diretor são suas estrelas brigarem no set. Infelizmente, isso atormentou os últimos tempos de River na sua arte...
ExcluirVendo o filme, a mulher tem um jeito de difícil mesmo, viu. Aff! Vamos ser chata, mas daquele jeito, nunca vi.
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