O último filme de River Phoenix estréia em Miami/2013

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Por Kelli Kennedy,

MIAMI - Quando o ator Jonathan Pryce recebeu uma primeira cópia do último filme de River Phoenix Dark Blood, ele a deixou repousar em sua mesa sem assistir por meses. Ele se preocupava em como iria se sentir ao reviver a morte de Phoenix, uma crescente nostalgia sobre os jantares inesquecíveis ​​que os dois compartilharam após longos dias de filmagens em Utah e recordando o chocante telefonema às 5 da manhã lhe dizendo que o jovem ator tinha morrido.  "Foi muito difícil compreender por um tempo. Foi um momento terrivelmente triste", disse Pryce, que estrelou o filme ao lado de Phoenix e Davis Judy. Agora, 20 anos depois, Dark Blood faz sua estréia nos EUA no Festival Internacional de Cinema de Miami na quarta-feira, uma prova de resistência  do diretor George Sluizer, de 80 anos, que quase morreu antes do filme ser concluído, e uma homenagem ao carisma atemporal de Phoenix.

É incerto se o filme alguma vez terá um lançamento geral. Sluizer disse que as negociações estão em curso com a empresa que possui o filme.
 
No filme, Pryce e Davis interpretam um casal do jet-set de Hollywood que viaja através do deserto tentando desesperadamente salvar seu casamento com uma segunda lua de mel. Eles buscam abrigo na cabana de Phoenix após seu carro quebrar, sem saber que ele tem a intenção de mantê-los como prisioneiros. Phoenix interpretou Boy, cuja esposa morreu de leucemia causada por testes nucleares, deixando-o sozinho e isolado no deserto.

Mas a jornada para completar o filme é tão dramática quanto a própria história. Phoenix, uma estrela em ascensão de Stand by Me e My Own Private Idaho, tinha 23 anos quando ele morreu, em 1993, do lado de fora do Viper Room, em Los Angeles. A causa foi insuficiência cardíaca após uma overdose de heroína e cocaína.
 
Após sua morte, falou-se de encontrar um outro ator para substituir Phoenix ou usar efeitos especiais para terminar Dark Blood.  O filme estava cerca de 80 por cento concluído e e a maior parte das cenas faltando eram entre Davis e Phoenix. Mas Sluizer finalmente passou sobre essas opções eo filmagem restou intocada em um cofre durante anos. Em 1999, o diretor holandês soube que a filmagem ia ser incinerada para dar espaço para material novo, então ele rapidamente transportou-a para a Holanda, onde ela descansou por mais uma década.
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Sluizer foi diagnosticado com uma arritmia cardíaca, em 2007, e "os médicos, basicamente, me condenaram". Mas o diretor se recuperou e se sentiu obrigado a terminar Dark Blood antes que fosse tarde demais.
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Ele se debruçou sobre o material, descobrindo rolos desaparecidos e danificados e narrou as partes em falta para pedaços da trama.

Ele não acha que ele agora está datado, chamando-o de uma história com temas que transcendem o tempo.

Quando Sluizer teve um primeiro encontro com Phoenix em um hotel de San Francisco para discutir o filme, ele se preocupou sobre como um galã super experiente iria lidar com o trabalho com um velho diretor. Mas Phoenix foi respeitoso e compassivo, correndo abruptamente para conseguir um remédio de dor de cabeça para Sluizer  durante o seu primeiro encontro e acompanhando Sluizer em longas caminhadas em Utah.
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Sluizer disse que sabia da história de Phoenix com abuso de substâncias e checou com a mãe do ator, para se certificar que estava bem antes do início das filmagens.

"River era uma pessoa gentil e respeitosa. Devo dizer que eu gostava muitíssimo dele", disse Sluizer.

Dark Blood não foi uma produção fácil. O material era pesado, foi filmado em locais desolados e Davis era difícil trabalhar e muitas vezes era dura com Phoenix. Ele também tinha dislexia e dificuldades de lembrar longos segmentos de diálogo, que ele ocasionalmente pedia a Sluizer para encurtar. Mas Sluizer maravilhou-se com a capacidade de Phoenix para encarnar um personagem com tamanha profundidade.

"É aquilo que sai dele e do carisma que ele tem, além do fato que ele sabe como expressar um personagem quando ele tem de se apoderar disso", disse Sluizer. 
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Pryce, que disse que ele era um fã do trabalho de de Phoenix em Stand By Me, muitas vezes encontrou o jovem ator e seus amigos para jantar, encontrando camaradagem no isolado deserto de Utah.

"Você se torna incrivelmente próximo quando trabalha juntos em um filme ... Senti enorme empatia com ele. Eu gostava muito dele", disse Pryce.

Os dois insistem que Phoenix não estava usando drogas durante as filmagens, em Utah. Mas algo estava errado com Phoenix visivelmente quando a equipe voltou para uma filmagem em Los Angeles. Seus olhos flutuavam, ele caminhava de forma diferente e se sentava apaticamente por longos períodos de tempo.

"Ele estava tomando alguma coisa. Isso foi muito visível ", disse Sluizer. 
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Na manhã seguinte, o elenco e a equipe receberam a notícia.

"Foi um choque completo e ser acordado às 5 horas da manhã e a primeira coisa que alguém diz a você é, 'River está morto''", disse Pryce.

"Isso nos deixou absolutamente tristes e após a morte de River eu quase disse 'eu não quero mais fazer filmes", lamentou Sluizer. 
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Ele descarta qualquer idéia de que o filme esteja explorando a morte de River.

Sluizer disse que falou com a mãe de Phoenix, Arlynn "Heart" Phoenix, e convidou ela e outros membros da família para assistir à estréia de Berlim, no mês passado, onde o filme foi aplaudido de pé.

"Ela disse, 'Bem, boa sorte com o filme, mas não estaremos participando", dizendo que a família  sentiu que o filme foi concluído, disse Sluizer.

Michael Stipe, o vocalista do R.E.M. , que ficou com Phoenix por alguns dias enquanto ele estava filmando em Utah, também assistiu à estréia de Berlim.

"É um trabalho que não pertence apenas a River, mas a todos nós no filme e foi correto (Sluizer) completá-lo da maneira que ele o fez", disse Pryce.

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Fonte: Associated Press, em março de 2013