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terça-feira, 27 de novembro de 2012

"O River Que Sobe" [Parte 1]: Girlfriend/1992

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Por que razão River Phoenix é a estrela do sexo masculino mais popular entre os leitores da Girlfriend? Será por que ele é ambientalmente consciente, amante dos animais, um sensível bonitão loiro? Pode ter algo a ver com isso. Com dois novos filmes no horizonte - 'My Own Private Idaho' e 'Dogfight' - River está de volta ao centro das atenções, o que nos dá uma desculpa muito boa para uma matéria e entrevista exclusiva com ele e mais um poster gigante livre. Divirta-se!


Por Jeff Hayward,

"A consciência determinada de River Phoenix faz dele a esperança da mulher inteligente para o que a nova geração de homens será no século 21 - uma combinação de força e sensibilidade"

Esta é uma citação de uma seduzida jornalista que entrevistou River no início de sua carreira. É uma carga muito pesada para impor a qualquer cara, mesmo que ele seja um
bonito jovem astro do cinema,  que já recebeu uma indicação ao Oscar (por Running On Empty) e que está totalmente não contaminado pelas tentações de Hollywood.

Então, novamente, este enigmático jovem de 21 anos de idade vai ter que se acostumar com as expectativas de outras pessoas. A ascensão de River Phoenix está sendo tratada com entusiasmo genuíno pela indústria cinematográfica norte-americana.

A coisa curiosa sobre River, além de seu nome de filho da flor dos anos 60, é que muitas coisas sobre ele são um paradoxo. Basta acompanhar o seu passado. Seus pais, missionários de uma seita, levaram ele e sua irmã Rain através das ruelas da América do Sul em seus primeiros anos em busca de um sonho religioso, depois, abandonaram isso e dirigiram-se para as luzes brilhantes de Hollywood para que as crianças pudessem entrar no showbusiness.  Encontros sexuais muito cedo, seguido de um determinado período de celibato adolescente. Dez papéis no cinema no momento em que ele atingiu a idade de 20 anos. Acrescente a isso o fato de que ele não tenha comido carne em um longo tempo, não vai usar couro, mas fuma e bebe, e você se depara com um jovem cara totalmente fascinante.

Sua agente gosta de contar a história da conversão do ator ao vegetarianismo.

"Quando River tinha nove anos ele pegou seu primeiro peixe. Ele se debateu por algum tempo, depois morreu. Aí, River teve essa visão que ele tinha matado uma coisa viva, um companheiro. Ele chorou por três dias e prometeu nunca mais comer carne ou pescar de novo."

Apesar de uma infância bastante turbulenta, River está longe de ser instável e não é provável que deixe a atenção e bajulação que ele recebe convencê-lo de qualquer caminho que ele escolher seguir. "Uma das coisas que me foi apresentado no início da vida era de tentar fazer as coisas acontecerem", diz ele, "mas nada funcionou dessa forma para mim. O que eu aprendi sozinho é que tentar brincar de Deus com a sua vida vai destruir seu cérebro e seu sistema nervoso. Isso vai estragar o rumo natural no caminho que já está lá. Eu só não quero ler sobre mim está sendo transformado em um caso perdido por causa do meu trabalho." 

Se sua formação um tanto incomum lhe deu alguma coisa, foi uma intensa sensação de independência pessoal. Mesmo quando criança pequena, ele se viu fazendo coisas que a maioria jamais sonharia - por exemplo, ele e sua irmã costumavam cantar nas ruas da Venezuela no final dos anos 70 durante o período missionário da família. Isso foi antes do Sr. e Sra. Phoenix e seus cinco filhos (River, Liberty, Rain, Leaf e Summer) sairem da seita e irem para Hollywood. 

A família sabia tudo sobre lutar para pagar as contas, desamparados. É provavelmente por isso que River carrega um forte traço individual em sua obra cinematográfica. Ele está preparado para assumir riscos com os papéis e não se incomoda com o inusitado ou o frágil. Ele não é muito bom em qualquer auto-promoção. Ele preferia estar tocando violão e cantando com sua banda Aleka's Attic do que trabalhar no circuito de publicidade dos atores bem-vestidos para promover o seu perfil.

Neste momento, River está sentado em um sofá baixo de cores suaves, na arejada suíte do hotel de Los Angeles. Se você não soubesse quem ele era, você não pensaria em uma celebridade. Ele tem  os modos de um otimista incansavelmente animado e hiperativo. Confrontado com coisas que o perturbam, você está sujeito a receber uma resposta decididamente original. Como a história do empresário japonês que quer levar a sua pintura de Van Gogh para o túmulo com ele: "Eu acho que ele deveria ser beijado até que entregasse isso. Essa é a melhor maneira de fazê-lo. Amor conquista tudo, até mesmo os idiotas que não querem isso." E ao deixar a adolescência para trás, ele exclama: "Que alívio! Um dia você acorda e se sente com a sua idade."

Quando ele não está trabalhando nos sets de filmagem, ele pode ser encontrado no refúgio rural de sua família na Flórida, onde ele passa muito tempo com sua namorada de 26 anos, Suzanne Solgot. Ela descreve o ator como "muito doce e gentil", mas outra vez eu também li uma frase dela em que ela disse: "Quando ele está louco, ele pode ficar muito louco." 

Continua... 


Fonte: Girlfriend, em abril de 1992

sábado, 24 de novembro de 2012

Milton Nascimento canta "River Phoenix: Carta a Um Jovem Ator" no Globo de Ouro/1989


Programa Globo de Ouro de 1989 - Reprise do Canal Viva




Pertencente aos Arquivos de Messias Junior (postado com sua permissão)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

River Phoenix - I’ll see you in my dreams

 Este é o relato da história do amor de uma fã por River Phoenix. Esta é a história de Aline Sodré. 

 
 Aline Sodré hoje, aos 32 anos, com parte do seu acervo de River Phoenix
         

A minha ligação com River Phoenix começou muito cedo. Eu assisti a Explorers com alguns primos em meados de 86 (aos 6 anos), e fiquei encantada por aquele gordinho nerd do filme muito mais do que pelo personagem principal interpretado pelo Ethan Hawke. Memorizei o nome do ator ao final do filme, e desde então sempre que via qualquer menção a ele em revistas, recortava, destacava.  Mas, o golpe fatal foi mesmo em 1988, na 3ª série, o professor de Português levou a fita cassete de “Conta Comigo” para assistirmos e depois escrevermos uma redação. Imediatamente reconheci o River e fiquei  encantadissima.  O filme me marcou muito.  Acho que foi a 1ª vez na vida que me emocionei com um filme, e seu personagem, Chris Chambers me tocou profundamente. Mesmo sendo tão nova, eu já tinha valores de amizade muito fortes, e aquele filme serviu pra fortalecer isso em mim, foi uma lição pro resto da vida do tipo de amiga e ser humano que eu queria ser.

Final da década de 80 e inicio da década e 90, eu colecionava praticamente tudo que saía do River em revistas, e assistia a todos os filmes dele, mesmo alguns sendo inapropriados pra minha idade. Eu assisti “My own Private Idaho” com 11 anos de idade. Ok, eu sempre fui precoce, mas confesso que não deixaria meu filho de 12 anos fazer o mesmo hoje,rs. Eu sempre tive primas e amigas mais velhas que me ajudavam driblar meus pais e eram minhas companheiras a tudo relacionado ao River.

Em 1992 eu e 4 amigas de escola – todas apaixonadas pelo River - fundamos um “fã clube” do River Phoenix e mandamos e-mail para várias revistas divulgarem. A  revista Capricho divulgou e recebíamos cartas do Brasil todo. Era tudo muito simples, tínhamos apenas pôsteres, pastas e vídeos de filmes gravados da televisão de forma bem amadora, mas era uma delicia compartilhar. Fazíamos jornaizinhos escritos à mão, e xerocávamos na papelaria. Algo muito amador, mas muito puro e genuíno.

O River não era apenas um ídolo por quem eu suspirava só “porque ele era bonito” como muitas adolescentes costumam ter. Para isso eu era fãs de “boybands” que preenchiam essa minha necessidade adolescente de suspirar por moços bonitos, rs. Com River era mais, muito mais. Eu sentia uma profunda conexão com ele, uma admiração enorme, e um carinho infinito.  Eu sonhava em conhecê-lo e sonhava com isso toda semana, sonhava com nosso encontro, ele me abraçando como se eu fosse uma amiga de infância, e eu agradecendo por fazer minha vida tão feliz e colorida.

Para meu aniversário de 13 anos em 31 de outubro de 1993 fui para o Guarujá, litoral paulista, com minha família e 3 amigas, todas fãs do River (co-fundadoras do fã clube). Nunca vou me esquecer desse dia. Era um domingo e depois de passarmos o dia nos divertindo na praia, voltamos para a casa à noite, onde todos cantariam parabéns para mim. Ao ligarmos a TV, no Fantástico, uma breve notícia nos deixou sem chão. River  havia morrido naquele mesmo dia. COMO ASSIM?  POR QUÊ? QUANDO?  Acho que a notícia teve menos de 5 minutos.


                      Aline S. aos 13 anos, momentos antes de saber da morte de River


Como receber a pior noticia da sua vida assim, em 5 minutos, e depois não ter acesso a mais absolutamente nada?  Como lidar com isso?  Estamos falando de 1993. Não havia Internet,  e TV a cabo era algo raríssimo, poucas pessoas tinham. A principio ficamos estáticas, absorvendo o impacto da noticia, em estado de choque.  Depois, então, veio a choradeira descontrolada, a revolta.

Não gosto nem de me lembrar dos dias que vieram depois. Pesadelo!

No decorrer dos anos, pra me livrar dessa dor, comecei a   escrever cartas para o River em diários. Cartas destinadas a ele como se ele pudesse lê-las de algum lugar. Também escrevi muitos poemas, a maioria em inglês porque na minha cabeça inocente de algum lugar ele conseguiria ler.

Ainda hoje, todo aniversário meu é “bittersweet” -  uma expressão inglesa para definir algo que é bom e triste ao mesmo tempo -  pois eu sempre me pego olhando meus diários antigos, minhas revistas, e pensando nele. O destino foi caprichoso comigo e enquanto viver, carregarei essa triste coincidência.


     Aline escreve para River, um ano pós sua morte, em 31 de outubro de 1994


Com a era da internet na década de 2000, comecei a entrar em blogs e sites sobre o River, mas não foi algo positivo. Eu lia muitos comentários maldosos, cruéis, sobre River, sua família e sobre sua morte. Nossa, se esse assunto por si só me faz muito mal, imagina ler essas coisas?

Preferi me afastar e ficar com as minhas (boas) memórias.

Fazia anos que eu não procurava nada sobre o River na internet,  e então,  neste ano,  tentei dar uma nova chance, e tive 2 boas surpresas. A primeira, foi conhecer a Femme, seu maravilhoso blog, tão bem feito com tanto carinho, tão bem cuidado, com noticias inéditas, e depois, em contato com ela, saber de todo seu afeto e ligação ao longo dos anos com o River. Eu me identifiquei muito com ela e foi um presente conhecê-la.  A 2ª surpresa  foi saber que a minha amiga Lizzie Bravo havia conhecido e convivido com ele, e melhor: tinha fotos e histórias inéditas pra relatar. Nossa, no dia que descobri isso, parecia que o River havia “renascido”. Foi muita emoção. Sou uma pessoa um tanto cética, mas coisas assim às vezes despertam um sentimento diferente em mim, eu sinto River presente cada vez que fico sabendo de uma coisa nova e boa relacionado a ele. Como se ele tivesse nos presenteando mesmo não estando mais presente.

Ao longo desses 19 anos, casei, tive filho, me separei, rodei o mundo, virei adulta responsável, mas eu nunca matei a menina dentro de mim, aquela criança que descobriu River Phoenix tão nova, e que se emociona com cada fala e cada gestos de seus personagens. 


Aline e a biografia de Barry Lawrence: "Divisor de aguas na minha vida! Acalentou meu coraçao, expandiu meus horizontes e me ajudou a entender melhor meu idolo!"

Hoje o respeito e admiro mais do que nunca, pois sei o quanto River foi um ser humano íntegro e fiel aos seus valores de vida. Eu continuo amando-o com a mesma intensidade que o amava aos 9 anos de idade, talvez até mais, pois a maturidade me permite enxergá-lo melhor ainda. O triste é que minhas amigas companheiras de fã clube e minhas parceiras de lágrimas, “abandonaram” essa paixão. Elas consideram que foi uma fase da adolescência e hoje são totalmente indiferentes ao River. Triste! Eu nunca irei abandonar isso, nunca deixarei de ser essa menina!  Eu tenho muito orgulho de ter tido o River em minha vida e fico feliz de dividir isso com meu filho de 12 anos, aliás, recentemente reuni ele e mais 3 amiguinhos todos da mesma idade e fiz uma sessão de “Conta Comigo” em casa. Eles ficaram emocionadíssimos, impressionados, fazendo várias perguntas. Não tenho palavras para medir a emoção que foi ver aquele filme tocando (jovens) vidas quase 3 décadas depois.

Eu sonho muito com o River. Incrivel!  Então, toda vez que fico triste por causa dele, eu cantarolo uma musica chamada “I’ll see you in my dreams” que fala assim :  “I'll see you in my dreams, And I'll hold you in my dreams…..Tender eyes that shine….They will light my way tonight, I'll see you in my dreams” (Te vejo nos meus sonhos, e te abraçarei nos meus sonhos…. olhos  tenros que brilham, eles iluminarão  meu caminho hoje à noite, te vejo nos meus sonhos...)

Pra concluir, posso afirmar que  hoje sou uma pessoa melhor – ou que se esforça pra ser sempre melhor,  graças a River Jude Phoenix. Ele nunca me conheceu, mas mudou para sempre a minha vida.

Obrigada, River. Te vejo nos meus sonhos..

Aline Sodré


terça-feira, 6 de novembro de 2012

[Crítica] 'O Peso de Um Passado' Sussurra Com Atuações de Alto Calibre

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Por Kevin Thomas,


Running on Empty é notavelmente bem-sucedido em apresentar seu retrato tenso de radicais dos anos 60 ainda em fuga ao encontro de uma evocação calorosa da vida familiar e do primeiro amor. Sofisticado, descompromissado e agradavelmente original, é um daqueles filmes raros que provavelmente significará tanto para adolescentes quanto para pais.

O diretor Sidney Lumet fez do roteiro inspirado de Naomi Foner um de seus filmes mais apaixonados e graciosos. Embora apropriado para o seu tema, "Running on Empty" é um título irônico para uma filmagem tão vencedora com tal abundância de performances superlativas.

Apesar das aparências, os Popes não são uma família comum. Quando o filho mais velho Danny (River Phoenix) observa dois carros sem identificação se aproximando de sua casa modesta na Flórida, ele põe em ação um plano de fuga elaborado por seus pais, ele e seu irmão mais novo, Harry (Jonas Abry, um jovem doce, carinhoso). Mais uma vez, os Popes estão alguns passos à frente do FBI, mais uma vez, eles vão a um lugar novo, com novas identidades.

Por mais de 15 anos, os Popes têm vivido na clandestinidade. Arthur (Judd Hirsch) e Annie (Christine Lahti) se conheceram na faculdade nos anos 60, casaram-se e se envolveram no movimento anti-guerra e, no estilo Weatherman, bombardearam um laboratório da Universidade onde napalm estava sendo fabricado,  financiado pelo Governo.

Sem querer e para imenso horror deles, um porteiro ficou cego. Eles se tornaram fugitivos porque não queriam ser separados de Danny, na época com 2 anos. 

Com o passar dos anos, os Popes têm a rotina de estabelecer novas identidades e erradicar o passado. Mas neste último exemplo, você imediatamente sente que as coisas serão diferentes. Para ter certeza, Annie e Arthur conseguiram os seus típicos empregos comuns - ela como recepcionista e ele, um cozinheiro. Mesmo que Danny sempre tenha sido obediente ao seu pai, que tem doutrinado a família sob o dogma de esquerda, ele tem agora 17 anos, está crescendo e começando a pensar por si mesmo.

A casa que os Popes alugam é tão decadente e indescritível quanto a última (e, sem dúvida, todas suas antecessoras), mas não está longe de uma escola de estilo colonial com prédios altos dignos de um campus da Ivy League. É lá que a grande promessa de Danny como pianista é descoberta por seu professor de música (Ed Crowley, deliciosamente cortês e idiossincrático), cuja filha adorável Lorna (Martha Plimpton) torna-se o primeiro amor de Danny.

Sempre um cineasta socialmente consciente, Lumet joga limpo com os Popes e sua situação difícil. Ele respeita o idealismo que radicalizou os Popes durante a Guerra do Vietnã e aprecia as circunstâncias que ditaram a sua existência fugitiva ao nos fazer nos perguntar quanto tempo eles poderão manter seus filhos dentro dela.  Em certo nível, "Running on Empty" é um raro, suave, engraçado e realista drama sobre amadurecimento como visto no romance Danny e Lorna e seu desejo crescente de desenvolver seu talento musical; em outro, é um lembrete da Guerra do Vietnã e seu legado doloroso, que é levado para casa com uma força inesperada que é ainda mais dolorosa por causa de sua não diretividade.

Apesar de todo o detalhamento cuidadoso despendido em tornar "Running on Empty" verossímil, ainda é possível se perguntar como Danny e Harry parecem ser meninos tão normais, apesar do fato de que uma existência transitória fugitiva é a única que eles conhecem. Você pode esperar que um padrão de identidades falsas e perdas abruptas de amigos e até mesmo de animais de estimação,  ao longo da vida, iria deixar  muito mais cicatrizes neles do que o filme sugere. No entanto, Lumet e Foner certamente poderiam alegar que os meninos, na verdade, receberam mais fortemente o amor e a atenção dos pais do que a maioria dos filhos têm a esperança de receber. Em qualquer caso, na sua conclusão em "Running on Empty" atinge uma credibilidade dolorosa.

Nenhum elogio é suficiente para Lumet e seu elenco pela qualidade das atuações. River Phoenix amadureceu na tela, mais impressionante do que qualquer jovem ator na memória recente. Simplesmente parece não existir qualquer emoção ou sutileza que ele não consiga expressar. O mesmo pode ser dito para Martha Plimpton. Em ambos os casos, é maravilhoso ver dois jovens atores que são tão inteligentes quanto são atraentes.

Por um tempo, pode parecer que o filme vai pertencer à geração mais jovem, mas aos poucos,  Lahti e Hirsch movem-se para o primeiro plano para nos fornecer momentos que estão determinados a se tornarem dos mais memoráveis ​​de sua carreira. O mesmo é verdadeiro para Steven Hill, em sua única cena como o pai de Lahti, uma exibição magistral de habilidade de um ator em reagir. Augusta Dabney, como a esposa de Hill, causa um grande impacto em uma cena ainda mais breve. L.M. (Kit) Carson representa efetivamente o azedo radical dos anos 60.

"Running on Empty" é mais do que uma bela produção e uma película visualmente elegante. Assim como são admiráveis os acordes límpidos do compositor Tony Mottola e as imagens evocativas do cineasta Gerry Fisher, é ainda mais crucial para o filme a produção de design de Philip Rosenberg em fazer da grande casa vitoriana de Plimpton o lugar mais convidativo imaginável.

Sidney Lumet não tem medo de sugerir que até os filhos da doutrina mais radical poderiam responder a tal conforto e segurança burguesas e que isso por si só não é necessariamente "ruim". É esse tipo de honestidade que faz "Running on Empty".


Fonte: Los Angeles Times, em setembro de 1988